Correio Central
Voltar Notícia publicada em 20/04/2022

Fazendeiro que matou onça tem que pagar fiança de R$ 500 mil e vai usar tornozeleira

De acordo com o delegado de Poconé, Maurício Maciel Pereira Júnior, no período em que esteve foragido, o suspeito estava escondido em Mato Grosso do Sul.

Justiça de Mato Grosso determinou a soltura do fazendeiro Benedito Nédio Nunes Rondon, preso nessa segunda-feira (18), por matar uma onça-pintada na zona rural de Poconé, no Pantanal.
 
Segundo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), a liberdade foi concedida por fiança de 413 salários-mínimos, o que ultrapassaria o valor de mais de R$ 500 mil, além do uso da tornozeleira eletrônica.
 
Rondon tem 24 horas para pagar a fiança sob pena de revogação da prisão. Preso na delegacia da Polícia Civil, ele deve colocar o equipamento de monitoramento ainda nesta terça-feira (19), somente então deve ser colocado em liberdade.
 
O fazendeiro se apresentou no final da tarde na delegacia de Poconé. Ele estava acompanhado de um advogado.
 
De acordo com o delegado de Poconé, Maurício Maciel Pereira Júnior, no período em que esteve foragido, o suspeito estava escondido em Mato Grosso do Sul.
 
Queixada, como era chamado, era uma onça jovem e foi morto no final do mês de março.
 
O crime foi descoberto depois que um vídeo viralizou na internet. Na imagem, Benedito aparece deitado no corpo do animal morto, zomba da situação e se orgulha do crime.

Ao se apresentar, os policiais cumpriram o mandado de prisão preventiva. No interrogatório o suspeito permaneceu em silêncio.
 O caso
 O suspeito teve a prisão preventiva decretada com base nas investigações da Polícia Civil em razão de um vídeo que circulou na internet, em que aparecia ao lado da onça morta, com uma pistola em cima do corpo do animal.
 Durante a filmagem, o suspeito confessa o crime e dizendo que matou a onça no domingo, e ainda diz que o animal ‘não valia nada’. Ainda, ele afirma que se fosse uma fêmea, aproveitaria para ter ‘relações sexuais com o animal’.
 O crime de matar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória sem permissão tem pena de detenção de seis meses a um ano, e multa.
 A onça-pintada era monitorada pela ONG Jaguar Identification Project. Queixada, como era chamado, era uma onça jovem e foi vista pela primeira vez pela ONG em novembro de 2021.
 Em nota, a ONG, que reforça a proteção ambiental, repudiou a morte da onça-pintada.

Fonte: leiaagora.com.br

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