Correio Central
Voltar Notícia publicada em 12/10/2021

Ouro Preto (RO) – Alto consumo de álcool amplia casos de agressões contra mulheres

DP registrou mais de 500 ocorrências durante a pandemia. Somente no 2º semestre de 2020, foram mais de 200 denúncias.

Na Estância Turística Ouro Preto do Oeste mais de 200 mulheres denunciaram alguma violência doméstica somente no primeiro semestre de 2021, segundo informações da Delegacia de Polícia Civil no município.

O índice é altíssimo, considerando o fato de muitas mulheres não denunciarem seus companheiros, temendo pelo pior, e também existem mulheres que acionam a PM ou vão à Delegacia, e depois decidem não denunciar o agressor, para livrá-lo de um processo na Justiça.  

No ano de 2020, a partir do segundo trimestre, após ser decretada a pandemia do novo coronavírus, a Delegacia de Polícia Civil da Estância Turística Ouro Preto do Oeste contabilizou o registro de 300 ocorrências policiais envolvendo casos de violência doméstica praticada por esposos e namorados das vítimas.

Em 2021, as ocorrências envolvendo violência doméstica e familiar até o momento, já ultrapassa 200 denúncias que se transformaram em inquérito pela lei Maria da Penha. São mais de 500 mulheres vítimas de alguma agressão ou violência psicológica durante a pandemia que procuraram as autoridades policiais.

A 3ª Companhia de Policiamento Ostensivo (3ª CIA-PO/OPO/2º BPM), que processa os números através da Patrulha Maria da Penha, contabilizou 247 registros de ocorrências envolvendo questões ligadas a violência doméstica.

A Polícia Militar divulgou ainda que, hoje, 166 mulheres de idades e profissões distintas, vivem sob medida protetiva, ainda assim muitas delas continuam sendo importunadas e com medo.

Os dados compreendem casos em Ouro Preto do Oeste e aos municípios de Mirante da Serra, Nova União, Teixeirópolis e Vale do Paraíso, que são jurisdicionados à Comarca.

 O delegado Niki Alves Locatelli, titular da Delegacia Civil no município, afirmou que em relação a esse período de pandemia foi verificado um aumento vertiginoso nos casos de violência doméstica, e pontuou um dos principais motivos.  

“A gente percebeu sim um aumento mais em razão do aumento de consumo de álcool. Muitas dessas situações, levam os casais a brigarem e os maridos ficarem mais agressivos”.

De acordo com a autoridade policial, a explosão de casos advém da combinação do confinamento da população e o aumento da convivência de casais, em meio a hábitos nocivos à relação.

“Nesse período de pandemia as pessoas ficaram em casa, mas o consumo de álcool aumentou”, observa o delegado.

Violência doméstica deixa marcas pelo corpo e na alma, há mulheres que não conseguem superar os traumas

Quase todas as medidas protetivas são formalizadas pela Polícia Civil e o acompanhamento é feito pela Polícia Militar através da rede de proteção oferecida, como o caso do aplicativo com o Botão de Pânico.  

Imagens ilustrativas

Fonte: www.correiocentralro.com.br

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