Na Estância Turística Ouro Preto do Oeste mais de 200 mulheres denunciaram alguma violência doméstica somente no primeiro semestre de 2021, segundo informações da Delegacia de Polícia Civil no município.
O índice é altíssimo, considerando o fato de muitas mulheres não denunciarem seus companheiros, temendo pelo pior, e também existem mulheres que acionam a PM ou vão à Delegacia, e depois decidem não denunciar o agressor, para livrá-lo de um processo na Justiça.
No ano de 2020, a partir do segundo trimestre, após ser decretada a pandemia do novo coronavírus, a Delegacia de Polícia Civil da Estância Turística Ouro Preto do Oeste contabilizou o registro de 300 ocorrências policiais envolvendo casos de violência doméstica praticada por esposos e namorados das vítimas.
Em 2021, as ocorrências envolvendo violência doméstica e familiar até o momento, já ultrapassa 200 denúncias que se transformaram em inquérito pela lei Maria da Penha. São mais de 500 mulheres vítimas de alguma agressão ou violência psicológica durante a pandemia que procuraram as autoridades policiais.
A 3ª Companhia de Policiamento Ostensivo (3ª CIA-PO/OPO/2º BPM), que processa os números através da Patrulha Maria da Penha, contabilizou 247 registros de ocorrências envolvendo questões ligadas a violência doméstica.
A Polícia Militar divulgou ainda que, hoje, 166 mulheres de idades e profissões distintas, vivem sob medida protetiva, ainda assim muitas delas continuam sendo importunadas e com medo.
Os dados compreendem casos em Ouro Preto do Oeste e aos municípios de Mirante da Serra, Nova União, Teixeirópolis e Vale do Paraíso, que são jurisdicionados à Comarca.
O delegado Niki Alves Locatelli, titular da Delegacia Civil no município, afirmou que em relação a esse período de pandemia foi verificado um aumento vertiginoso nos casos de violência doméstica, e pontuou um dos principais motivos.
“A gente percebeu sim um aumento mais em razão do aumento de consumo de álcool. Muitas dessas situações, levam os casais a brigarem e os maridos ficarem mais agressivos”.
De acordo com a autoridade policial, a explosão de casos advém da combinação do confinamento da população e o aumento da convivência de casais, em meio a hábitos nocivos à relação.
“Nesse período de pandemia as pessoas ficaram em casa, mas o consumo de álcool aumentou”, observa o delegado.
Violência doméstica deixa marcas pelo corpo e na alma, há mulheres que não conseguem superar os traumas
Quase todas as medidas protetivas são formalizadas pela Polícia Civil e o acompanhamento é feito pela Polícia Militar através da rede de proteção oferecida, como o caso do aplicativo com o Botão de Pânico.
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Fonte: www.correiocentralro.com.br